Já moradores de um apartamento Maxhaus, Paula e Túlio curtiam tanto a planta aberta e conceitos deste condomínio que nos procuraram após adquirirem um na região de Campo Belo, em São Paulo, para reformá-lo. O apartamento tem 70m² e tem uma conformação que se repete em todos os edifícios. Sendo plantas bastante livre, são entregues apenas as áreas úmidas (cozinha, lavanderia e banheiro) mais definidas, dando possibilidades de diversas ocupações.

Atendendo ao desejo de terem uma suíte e espaços mais amplos e integrados para receber, inserimos um novo banheiro para o dormitório principal, que implantamos de forma a proporcionar espaços de guarda resolvidos pelo desenho proposto com a marcenaria.
Outra necessidade do casal era de ter um espaço de trabalho e hóspedes, mas que não fosse totalmente fechado ou que tomasse muito espaço na planta. Então fizemos uma caixa em Drywall, no comprimento de uma cama e tomando partido de uma das janelas existentes para acomodar este espaço. Com uma das faces voltadas para a sala totalmente aberta, mas com possibilidade de fechamento para privacidade através de portas de correr em serralheria e vidro aramado, puderam ter um ambiente flexível e enxuto, e que se tornou um ponto de destaque visual com a pintura em cor desta caixa, setorizando o ambiente.
Para melhor adequação da ocupação e de forma a propiciar uma integração entre estar e jantar, colocamos o sofá em L no canto junto as janelas da sala e, através do desenho da marcenaria, fizemos um rack contínuo a sala de jantar, que também funciona como um banco para assentos da mesa.

Uma necessidade que nos passaram da vivencia do outro imóvel era de terem um espaço com cara de área externa, uma varanda, que neste apartamento não tem. Buscando isso, integramos a cozinha com a lavanderia em forma de vagão, deixando-as mais fluidas e funcionais e, com isso, ganhando um espaço junto ao guarda corpo da ventilação da lavanderia para criarmos um ambiente de descompressão e lazer para receber, através de um banco em L, poltrona e mesinhas, dando uma sensação de café ao ar livre.

A iluminação era uma preocupação também dos moradores, que pelas características do imóvel, com laje em concreto aparente e piso em massa cimentícia, naturalmente escurecem os espaços. Tirando proveito destas características do apartamento e levando em conta também que era desejo dos moradores a manutenção desta estética mais brutalista/industrial, distribuímos toda a iluminação por conduítes externos para os pontos de interesse, de forma a iluminar os espaços de permanência e áreas de trabalho, deixando a penumbra e luzes mais baixas por arandelas nas passagens. A manutenção das paredes brancas, em sua maior parte, também auxiliou na propagação da luz natural.

O casal coleciona diversos objetos de viagem, relíquias de família e muitos livros, fruto de suas formações, ela jornalista e ele diretor de arte, e de anos morados em outro país. Ela adora cores e sonhava com uma casa colorida e que abraçasse suas lembranças na decoração sem carregar visualmente. Para juntarmos todos estes pontos num único convergente, adotamos prateleiras em vários níveis acompanhando o rack e sofá para concentrarmos boa parte dos objetos nesta área de destaque da casa. A varanda também foi um lugar livre para ousar, com espaço para ‘lambe – lambes’ e quadros. Os banheiros também foram foco de ousadia, principalmente a suíte, que recebeu revestimentos laranjas e brancos, ficando nem um pouco monótono.

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Fotos: Alexandre Disaro